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Infecção por Aedes aegypti aumenta risco de parto prematuro e morte neonatal, aponta estudo
Pesquisadores da Fiocruz analisaram 6,9 milhões de nascimentos e alertam para impactos de dengue, zika e chikungunya na gravidez;
Por Música FM
27 de Setembro de 2025 às 11:54
Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que gestantes infectadas por arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti – como dengue, zika e chikungunya – enfrentam risco elevado de complicações no parto e para os recém-nascidos. A pesquisa, publicada na revista Nature Communications, analisou mais de 6,9 milhões de nascimentos entre 2015 e 2020 no Brasil.
Segundo os pesquisadores, a presença dessas infecções durante a gestação está associada a parto prematuro, baixo peso ao nascer, baixo escore de Apgar e até morte neonatal. O impacto varia conforme o tipo de vírus e o período da infecção, sugerindo diferentes mecanismos biológicos em cada trimestre.
No caso da dengue, além do risco de parto antes do tempo, também foram identificadas anomalias congênitas. Já a zika apresentou efeitos ainda mais graves, incluindo risco duplicado de má-formação fetal. A chikungunya também se mostrou perigosa, associada ao aumento do risco de óbito neonatal e alterações no desenvolvimento.
O pesquisador Thiago Cerqueira-Silva, da Fiocruz Bahia, destacou que o trabalho derruba a ideia de que apenas a zika representa ameaça séria na gravidez. “Demonstramos que a chikungunya e a dengue também têm consequências graves, como o aumento do risco de morte neonatal e anomalias congênitas. Essa informação é crucial para direcionar a atenção clínica e de saúde pública”, afirmou.
Prevenção e políticas de saúde
Os cientistas defendem que o Brasil fortaleça as medidas preventivas, especialmente em comunidades mais vulneráveis, onde a exposição ao mosquito é maior. Entre as ações recomendadas estão:
Ampliar a cobertura vacinal contra a dengue;
Incluir a vacina contra chikungunya no calendário nacional de imunização;
Campanhas de conscientização para esclarecer que dengue e chikungunya também representam riscos graves durante a gestação.
Além da dimensão de saúde pública, o estudo alerta para os impactos sociais e econômicos. Famílias de baixa renda, mais expostas às infecções, tendem a arcar com custos mais pesados no cuidado de crianças com complicações neonatais ou más-formações congênitas.
E você, acredita que a vacinação contra dengue e chikungunya deveria ser prioridade para gestantes em todo o Brasil? Deixe sua opinião nos comentários.